O retorno presencial, após quase dois anos de aulas on-line em razão da pandemia, trouxe efeitos que atingiram a Educação como um todo. Algumas das situações já eram previstas pelas equipes educativas, como a defasagem de conteúdo, readequação de rotinas e mudança de paradigmas pedagógicos. No entanto, observa-se que as dificuldades socioemocionais se sobrepuseram às demais e exigiram da escola, enquanto instituição, replanejamento de programas e adaptação para esse novo cenário.
Nesse sentido, foi preciso que as escolas se tornassem ainda mais humanizadas e estreitassem as relações entre as famílias e o corpo docente, no que tange ao acolhimento e ao desenvolvimento dos indivíduos em formação. Habilidades como empatia, colaboração e cooperação tornaram-se essenciais no amparo às crianças e adolescentes, por isso, as atividades pedagógicas precisaram ser planejadas para fortalecer os vínculos e proporcionar uma escuta mais ativa, abrindo espaço para o diálogo com a família, algo que já existia, mas que, hoje, tornou-se indispensável.
Pensando no principal objetivo, que é o pleno desenvolvimento do estudante, a escola e a família devem sempre caminhar juntas, em parceria e sem conflitos. Isso implica em acreditar na instituição escolhida e ser, dela, um aliado, tornando a confiança uma moeda valiosa. Trata-se de uma via de mão dupla em que cada uma das partes tem seu papel e sua importância, e nenhuma deve substituir a outra em qualquer situação na construção do sujeito social e emocionalmente equilibrado. Os pais precisam estar próximos aos filhos como parceiros; a escola, como uma direção em relação a atitudes, conhecimentos e responsabilidades. Os jovens precisam perceber que existe espaço para cada uma delas e que ambas estão juntas se apoiando e contribuindo na formação deles como cidadãos.
Observamos que, aos poucos, os alunos devem retomar os hábitos saudáveis de estudos dentro da instituição. Nesse contexto é papel da escola conciliar momentos de atividades escolares com intervalos mais dinâmicos, práticas esportivas e culturais (teatro, cinema, música, etc.) a fim de ressocializar e identificar as reais necessidades que esses jovens trazem nesse retorno ao colégio. Mas, considerando a família uma parte integrante da formação do jovem, é necessária sua presença constante nesse processo, participando, efetivamente, da vida escolar do aluno com acompanhamento das atividades, percebendo suas dificuldades e necessidades. Em casa, por meio de passeios e programas em família, é possível criar situações para reforçar a proximidade, promovendo diversão e criando um ambiente emocionalmente seguro para que os filhos possam se manifestar, ser eles mesmos e confiar aos pais suas angústias e vitórias.
Toda tarefa educativa, realizada de forma conjunta, deve ser desenvolvida tendo em foco o aluno como protagonista do processo.
Comentários