Cigarro eletrônico: uma ilusão maléfica à saúde

22 set 2021

A utilização do tabaco e de seus derivados acarreta a morte de milhões de pessoas a cada ano. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o tabagismo é a causa mais prevalente de óbitos evitáveis no mundo. Os dados estatísticos apontam que em 2030, se os números atuais mantiverem seu crescimento, o tabaco causará a morte de 8 milhões de indivíduos por ano, sendo 80% nos países subdesenvolvidos. Estima-se que o dispêndio financeiro mundial relacionado ao tabaco ultrapasse US$ 500 bilhões ao ano, por consequências como diminuição da produtividade, doenças e mortes antecipadas.

O cigarro eletrônico: modismo tecnológico

Disfarçados por uma infinidade de sabores e aromas, os cigarros eletrônicos dão, à primeira vista, a ideia de serem uma boa alternativa por parecerem, acima de tudo, inofensivos à saúde. Os vaporizadores, como também são chamados, ganharam um espaço muito rápido, principalmente, entre os mais jovens, reacendendo o debate sobre o tabagismo.

Por possuírem uma aparência mais tecnológica e atrativa e, não causarem aquele incômodo do cigarro tradicional – sobretudo pela diferença de odor –, os eletrônicos passaram a ser socialmente aceitáveis em diversos ambientes, fornecendo um certo ar de high tech. Com este high tech moderno e atual sobram motivos, principalmente entre os jovens, para que os usuários nem sequer sejam considerados fumantes, intensificando, assim, o seu uso devido e relacionando-o a um false social status. Por trás de todo esse vapor com aroma de menta e de chiclete, existe algo desconhecido?

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Os cigarros eletrônicos estão sendo veiculados por empresas da indústria do tabaco como dispositivos seguros, que podem ser utilizados no combate ao tabagismo e que não trazem malefícios à saúde. Mas, será isso verdade ou uma grande falácia produzida pela indústria do tabaco?

O cigarro eletrônico é um dispositivo mecânico-eletrônico alimentado por uma bateria e seu interior é composto por um espaço para a inserção de um cartucho ou refil, onde fica armazenada uma solução conhecida como e-liquid ou e-juice, formada por uma mistura de glicerina, propilenoglicol (propano-1,2-diol), aromas e nicotina. Essa mistura, ao ser aquecida, vaporiza e gera uma fumaça que será tragada pelo usuário do dispositivo.

 

 

Em altas temperaturas, tanto a glicerina quanto o propilenoglicol decompõem-se gerando substâncias como formol, acroleína, etanal (acetaldeído) e radicais livres, compostos altamente tóxicos que podem atacar o DNA (Ácido desoxirribonucleico) das células. Por outro lado, a nicotina é dissolvida no propilenoglicol, que ao ser acrescida à sua vaporização, se transforma em formaldeído em concentrações de cinco a quinze vezes maiores do que encontradas nos cigarros tradicionais. O formaldeído é conhecido como um agente capaz de provocar o câncer. Ou seja, o cigarro eletrônico também é altamente cancerígeno. É importante ressaltar ainda, que não existe nível seguro de utilização da nicotina, criando entre os jovens uma nova geração de dependentes.

Segundo os usuários, o sabor é excelente.

Relacionado à melhora do sabor do produto, muitos fabricantes adicionam aromas aos cigarros eletrônicos para tornar o vapor mais suave e agradável para atrair e iludir erroneamente o público em geral e, principalmente, os mais jovens. Apesar dessas substâncias serem utilizadas pela indústria alimentícia, não são seguras de serem consumidas por via aérea, podendo causar efeitos tóxicos no organismo (estudos internacionais apontam uma gama de fatores, detalhados desde alergias tópicas até alterações cardiovasculares).

O cigarro eletrônico não é melhor que o convencional?

Em tese, a quantidade de substâncias químicas presentes no vapor inalado no cigarro eletrônico seria menor do que a do cigarro tradicional. Por outro lado, mantém-se a dependência da nicotina, que por si só leva a uma série de problemas ao organismo, especialmente doenças cardiovasculares e respiratórias, pois a ação da própria fumaça tem ação direta não só no pulmão, mas nas paredes das artérias.

Existem outras substâncias no cigarro eletrônico que provocam doenças como fibrose pulmonar, pneumonia por hipersensibilidade e uma série de outras que ainda não foram identificadas, porque não se sabe de fato o que as pessoas misturam nesse cigarro. Quando não levam à morte, ficam lesões irreversíveis no pulmão que se traduzem na fibrose pulmonar. É um produto altamente perigoso. Além disso, o consumo a longo prazo pode causar as mesmas doenças do cigarro convencional, sendo as principais delas a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e o câncer no pulmão.

E existe ainda o risco de explosão. Todos os cigarros eletrônicos / vaporizadores são alimentados por baterias de lítio-íon. Quando você aciona seu cigarro eletrônico a bateria é forçada a liberar energia que aquecerá o atomizador e gerará vapor. Em geral, as baterias de lítio-íon podem causar problemas quando estão superaquecidas, durante curto-circuito ou em sobrecargas. Normalmente, as baterias têm recursos de segurança para evitar estes problemas. No entanto, muitos usuários burlam as normas de segurança e utilizam carregadores e cabos USB incompatíveis com seus aparelhos, aumentando a carga sobre a bateria e aumentando a probabilidade de acidentes.

E quanto ao Narguilé, ele faz tão mal quanto o cigarro normal?

Diferente do cigarro eletrônico, o narguilé tem como base o tabaco e vem de uma fonte de combustão. Isso significa que, além da nicotina, ele tem monóxido de carbono e alcatrão, assim como o cigarro tradicional. Dependendo do tempo de sessão, o narguilé pode equivaler a fumar mais de 100 cigarros.

Compreendemos que o tabagismo representa um problema de desmedida gravidade, na qual diversas alternativas e soluções estão sendo desenvolvidas nas últimas décadas para fazer com que fumantes desenvolvam a criticidade frente à emergência que tange na saúde tanto da pessoa que pratica o ato como daquele que inala a fumaça produzida por ele.

O atendimento especializado que envolve profissionais da área da saúde em consonância com a difusão de informações assertivas e de qualidade dentro de escolas e fontes midiáticas, destinam-se a uma sociedade globalizada. A respeito dos riscos envolvidos no uso do cigarro eletrônico ou qualquer correlato, procura-se apresentar soluções para que se aspire uma qualidade de vida que proporcione uma interação saudável e uma superação de medos e de anseios.