Desde quando, em março de 2020, a vida foi virada de cabeça para baixo, deslocando todos de seus lugares e impondo um novo modelo de relações a ser vivenciado, começou a ser reconfigurado o papel materno.
Papel este que varia conforme a classe social e o contexto em que estão inseridas, sabendo que mães solo e chefes de família sentem o efeito dessa pandemia de maneira mais acentuada ainda.
Quando se escuta uma mãe dizer que chegou ao seu limite, é porque o trabalho para ela mais que dobrou nesse período. Para muitas, o ambiente profissional foi para dentro de casa e agora está junto dos afazeres domésticos mais o cotidiano escolar dos filhos.
A rotina é pesada e está envolvida pelo medo, insegurança e incertezas que essa doença provoca. Gatilhos para o desequilíbrio emocional de uma grande maioria das mães que se sentem exaustas e adoecidas.
A sobrecarga emocional faz-nos ouvir comumente relatos das mães dizendo como se sentem com menos capacidade de concentração e pressão de todos os lados.
Portanto, nesse dia das mães, que essas mulheres possam falar dos seus sentimentos sem julgamento. Dessa maneira, passamos do romantismo exagerado para o verdadeiro reconhecimento e acolhimento.
Aproveitemos da data para uma reflexão de uma maternidade real, se em nenhum momento reduzir a beleza e a importância de gerar e cuidar de sua descendência.
Diante de momentos difíceis, como os que ainda estamos vivendo, possamos ser uma rede de apoio para propiciarmos ajuda efetiva na formação de uma nova geração, contribuindo para que mães se sintam amparadas em sua missão. E que assim, elas também possam estar realizadas e felizes.
*Líllian Donzelli é psicóloga e coordenadora no Colégio Agostiniano Nossa Senhora de Fátima.
https://www.aredacao.com.br/artigos/150564/quem-cuida-de-quem-cuida
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